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Das coisas que deveríamos parar de dizer


Sued Carvalho, professora.



Na terça-feira última, dia 10/08/2021, os generais, através de seu fantoche, Jair Messias Bolsonaro, promoveram um inédito desfile de tanques na Praça dos Três Poderes, durante uma sessão da CPI da Covid-19 e no mesmo dia em que seria votada a PEC do voto impresso.


Os tanques, patéticos, fumacentos e em péssimo estado de manutenção viraram piada na internet e a PEC do voto impresso não foi aprovado. Parte da esquerda comemorou, afirmando que “Acabou pro Bolsonaro”, que o excrementíssimo presidente fracassou. Sobre os tanques ouviu-se algo ainda mais preocupante: Algumas vozes afirmavam que Bolsonaro está humilhando, ridicularizando as forças armadas. São visões equivocadas.


PEC do voto impresso: Assanhando a cadela do fascismo


Bolsonaro jamais contou com a aprovação desse projeto! Com o avanço das descobertas da CPI da Covid-19 no Senado, as bases bolsonaristas e o exército estavam acanhados, a reprovação de Bolsonaro chegava a recordes históricos e o número de brasileiros que acha que há corrupção no governo Bolsonaro chegou a 70%, dos quais 60% acreditam que o presidente está diretamente ligado aos esquemas.


O mais preocupante para os Verde Olivas, entretanto, é a possibilidade, mesmo remota, de perder as boquinhas, pois as mais recentes pesquisas de popularidade demonstram que o candidato de centro-esquerda Luís Inácio Lula da Silva venceria no primeiro turno por 54% contra 33% do atual mandatário. Os generais não podem sequer conceber que possam, em 2023, perder carguinhos, picanhas e toneladas de leite condensado.


A suspeita criada pelo governo Federal contra as urnas eletrônicas teve o objetivo de reaquecer as bases bolsonaristas, criar, para elas, uma nova trincheira. É assim que o Bolsonarismo funciona, encastelando-se em milícias virtuais extremistas, se essas bases somem, Bolsonaro some junto.


Se a PEC passa ou não, está plantada uma possível legitimadora de uma intentona milicana para as eleições de 2022, assim como o bolsonarismo ganha sobrevida como força barulhenta, embora minoritária. Isso foi feito.

Com PEC ou sem PEC, Bolsonaro venceu...


Bolsonaro: Testa de ferro das Forças Armadas


Outra inverdade é que Bolsonaro usa, humilha e ridiculariza as forças armadas. Não, em absoluto! Deve se tornar ponto pacífico entre as esquerdas a análise de que a candidatura de Bolsonaro ganha verdadeira capilaridade quando é adotada pelos militares.


O Deputado Federal de baixo clero mais irrelevante dos últimos trinta anos, Jair Messias Bolsonaro, ganhou popularidade em suas entrevistas bizarras a programas de auditório ao incitar, como fascista que é, tudo que há de mais irracional nas massas, misoginia, paranoia anticomunista, racismo e LGBTfobia, porém após o golpe de 2016 ele se tornou, efetivamente, o candidato do Exército.


O General da Reserva, Eduardo Villas Bôas, recentemente revelou que seu tuíte ameaçando o Supremo Tribuna Federal na questão da prisão de segunda instância, que poderia fazer Lula responder em liberdade, não foi algo de iniciativa pessoal, mas pensado pelo alto escalão. Recentemente, ainda, em uma homenagem, Bolsonaro afirmou que deve a Villas Bôas a presidência e que “irá levar para o túmulo” aquilo que conversaram.


Bolsonaro é o testa de ferro das forças armadas e não o contrário.


É bem verdade que a burguesia apostou no Bolsonaro por falta de opção, o fascismo bolsonarista foi o que sobrou após Geraldo Alckmin minguar nas eleições de 2018, apesar do amplo apoio e muito tempo de propaganda televisionada, o mesmo não se dá, entretanto, com o Partido Militar, que sempre viu no ex-capitão o caminho para a volta ao poder.


Portanto, cessemos de dizer que o Exército está sendo ridicularizado por Bolsonaro... Não é verdade, Bolsonaro é cria dos militares, foi o candidato das forças armadas.


A solução: Qual é?


Nos meses posteriores a sua libertação, Lula está tentando reconquistar o amor da burguesia nacional, o que se reflete em seu notável e ensurdecedor silêncio sobre as questões recentes e as mobilizações ocorridas nos últimos três meses. As forças armadas tem oferecido especial resistência ao petista, que é visto como “Comunista” mesmo sendo apenas um pouco menos oportunista do que Renan Calheiros.


As azeitonas fardadas veem reeleição de Bolsonaro em alto risco (O que evidencia o amplo apoio) e 9 dentre cada 10 militares de alto escalão se negam a conversar com Luís Inácio. É evidente que a solução não é eleitoral. O Partido Militar é a afiliação de Jair Bolsonaro!


Só derrotaremos esse projeto com protestos massivos, greves e mobilizações populares, deixando claro que não será aceita qualquer tutela militar. A continuação da desmoralização das forças armadas também precisa continuar, é essencial que os movimentos de esquerda prossigam denunciando o golpismo e a corrupção que, desde a proclamação da República, corroem o Exército.


O Exército brasileiro não é o exército Nacional, é um Partido Político que representa os próprios interesses e da burguesia.


Para ler:







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