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Foto do escritorDarlan Reis

EaD ou ensino remoto? O que é pior?

Por Darlan Reis Jr (Historiador)


O ensino remoto é pior do que a chamada Educação à Distância (EaD).


A Educação à Distância é aquela regulamentada, praticada por algumas universidades e que prevê plataformas, materiais, professores e principalmente tutores. Ela pode ser semipresencial, com alguns encontros entre os estudantes e os tutores.

A EaD é a menina dos olhos do Banco Mundial e de todas aquelas fundações privadas que dizem ser a favor da Educação para todos. Mesmo assim, a EaD apresenta uma série de trabalhos pedagógicos para justificar a modalidade, que atendem principalmente à ideia de educação como mercadoria, ou "serviço", onde o conteúdo seria o centro da atividade em si, mediante pagamento, claro.

Já o ensino remoto... É esse que estamos vendo nessa época de calamidade social, de pandemia. Ele é o tipo de ensino "delivery", a verdadeira "uberização" da educação. No ensino remoto, o professor delivery encaminha materiais para os estudantes: vídeos, "lives", podcasts, apostilas, pdf's, etc.



Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil / BBC News Brasil


Os estudantes devem assistir, ouvir, ler, fichar, responder e depois enviar para o professor avaliar, corrigir, dar nota. Isso em plena situação de calamidade social causada pela catástrofe da pandemia. Alguns governos, universidades públicas e secretarias estaduais de educação justificam a prática, alegando que devem prestar alguma assistência aos estudantes. Isso sem nenhuma articulação para estruturar não só os docentes como também os estudantes.

Sem dar tempo para alguma preparação. Sem permitir que os trabalhadores da educação possam ao menos opinar. Não permitem nem a opinião.

E assim vão impondo algo pior do que a EaD, a partir da calamidade já citada. Não escondem nem as pretensões futuras. Só não admitem a contestação, todos sabem o que está acontecendo nos bastidores de muitas redes de ensino e de universidades.

Ensino remoto é a nova perversidade dos ensinistas comerciais e seus parceiros no serviço público. É a vergonhosa adaptação que será contada no futuro, de como o Brasil é o celeiro das piores políticas em vários setores.

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