Por Roberto Lúcio Pereira, professor.
A ideia de bem estar sempre esteve atrelada às sociedades ao longo da história, podemos retornar ao neolítico ou idade da pedra polida(8000 a.C. a 10.000 a.C.), aqui já observamos o surgimento dos primeiros agrupamentos humanos,ou seja o homem deixa de ser caçador e coletor e começa a domesticar alguns animais ( cão - primeiro animal a ser domesticado), e dominar algumas técnicas de agricultura.
Já naquele período podemos observar uma sensação de prazer e bem estar, vale ressaltar que também observamos o homem lobo do próprio homem ( Tomas Hobbes - Filosofia absolutista do século XVI), por que os que dominavam as técnicas de agricultura,estabeleciam um domínio sobre a maioria,daí a busca do prazer estaria ligada a tentar dominar essas técnicas de agricultura atingir o ápice da felicidade e do prazer (hedonismo).
Quando tivemos o surgimento das primeiras cidades,temos como principal exemplo UR (fundada em 3.200 a.C. - Mesopotâmia), a partir desse período a ética e a moral ganham maior peso na sociedade urbana, sendo assim utilitarismo e hedonismo, estão novamente coadunados.
Com o advento da 1° e 2° revolução industrial (XVIII e XIX),esses princípios filosóficos tornam-se latentes, permeando as sociedades, até os dias atuais.
Todavia no final da década de 60, especificamente em 1969, a 3° revolução industrial ou revolução técnico científica fariam uma conexão ainda maior entre o utilitarismo e hedonismo, que podemos fazer uma mescla sociofilosofica, o utilidonismo, pois as sociedades formatadas a partir desse período vão fazer do prazer uma busca constante, não medindo esforços para atingi-los.
Sendo assim temos o fortalecimento da indústria cultural de Teodor Adorno e as sociedades em rede de Manuel Castells, juntamente com a manipulação de consciências feitas pelas grandes empresas transnacionais, cujo único objetivo é o consumo desenfreado, combinado com um tecido social apodrecido,com o enfraquecimento do estado, temos a formação do estado paralelo e também das milícias.
Essa sociedade doente que busca o prazer a todo custo,vai continuar alimentando as regiões centrais do capitalismo, mas hoje por conta dessa constante busca da felicidade que está mais no ter do que no ser, temos várias doenças psicossomáticas,dentre elas a depressão (doença do passado), o estresse (doença do presente) e a ansiedade (doença do futuro), e a busca do bem estar intectual, físico e moral , aliado ao bem estar supremo fez da sociedade capitalista atual uma sociedade doente, que parece caminhar para o abismo.
Porém essa pode ser uma alavanca para um novo renascimento mundial,ou seja podemos ter um novo homem triunvirano (Leonardo da Vinci), aqui o ser vai sobrepujar o ter, algumas áreas como a arte e a ciência, serão de fundamental importância para essa nova sociedade,onde o tempo livre,vai fazer com que o homem possa exercitar com maior tranquilidade o que o sociólogo italiano Domenico de Masi, chama de ócio criativo.
O ócio criativo também está ligado à indústria do entretenimento, porém podemos nos arriscar a dizer que a busca do prazer vai continuar de uma maneira mais suave para a sociedade do século XXI.
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