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A intifada palestina

Por Roberto Lúcio Pereira, professor.



Garoto enfrenta com pedras, o poderoso exército de Israel
Intifada palestina

A intifada — Popularmente conhecida como a “guerra das pedras”, remonta há tempos imemoriais, ao ano 1000 a.C., quando Davi matou Golias com uma pedrada, segundo a explicação bíblica. É importante ressaltar que Davi era da religião hebraica, os judeus atuais, e Golias, o alvejado pela pedrada, era filisteu. Isso significa que a intifada tem uma conotação simbólica de cunho invertido atualmente, pois nesse caso os palestinos atacam os israelenses com paus e principalmente pedras.


Desde a formação do estado de Israel, em 14 de maio de 1948, e consequentemente as guerras árabes israelenses — 1948, 1956, 1967, sendo essa última de vital importância, pois Israel tornou-se ponta de lança geopolítica dos EUA no Oriente Médio. Em 1967 a manifestação popular dos palestinos contra Israel foi bastante intensa devido às regiões anexadas por Israel, respectivamente:


* Península do Sinai e faixa de Gaza — Pertenciam ao Egito

*Colinas de Golã — Pertenciam à Síria, e detalhe, se depender de Israel, nunca mais serão devolvidas.

* Cisjordânia — Pertencia à Jordânia

* Jerusalém Oriental — Pertencia à Jordânia

Em seguida ocorreu a guerra do Yom Kippur em 1973, todas elas com vitória israelense.

Nos anos 80 do século XX, o Oriente Médio, “o estômago geopolítico do mundo”, teria vários problemas, dentre esses podemos citar: a guerra Irã x Iraque (1980 – 1988), ou a invasão de Israel ao Líbano (1982 – 1985), operação que teve o codinome de “caça à raposa”, visando destruir a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) e matar Yasser Arafat (seu líder entre 1969 – 2004). Bem como o conflito da ocupação soviética no Afeganistão, situado entre o centro da Ásia e o Oriente Médio, repercutindo nas tensões da “Guerra Fria”.


Todas essas tensões de ordem histórica e geopolítica, contribuíram para a gestação da Intifada, pois os palestinos, perderam o direito de ir e vir, perderam o direito de constituir um país independente. Mesmo com a resolução da ONU, a “Resolução 181”, de novembro de 1947, que deliberava que o território palestino fosse partilhado em dois Estados, um árabe e outro, judeu e Jerusalém seria uma cidade internacional comandada pela ONU.


Sendo assim, em 1987 tivemos a primeira intifada, confronto violentíssimo entre os palestinos e o poderoso estado de Israel, onde os palestinos utilizaram pedras para atacar o exército israelense, no campo de refugiados de Jabaliyah, no extremo norte da Faixa de Gaza. Essa revolta terminou apenas em 1993, por ocasião da assinatura dos Acordos de Oslo.


A segunda intifada, ou “Intifada Al-Aqsa”, ocorreu entre 2000 e 2005, quando o “carniceiro” de Israel Ariel Sharon visitou a Esplanada das mesquitas e o Monte do Templo, o que foi interpretado pelos palestinos como uma provocação, e os conflitos seguintes levaram a centenas de feridas e sete mortos palestinos. Até o fim da segunda intifada, centenas de mortes ocorreram.


A intifada é, portanto, uma das formas de resistência dos palestinos, à política de Apartheid Colonial praticada pelo estado de Israel.


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